O que é ruminação mental? Veja como mindfulness pode ajudar
A ruminação mental é um dos principais problemas psicológicos relacionados à depressão e ansiedade. Um exemplo de ruminação é quando ficamos "remoendo" uma discussão com um colega de trabalho ou familiar, e os pensamentos se repetem e persistem em nossa mente.
São pensamentos que frequentemente vêm de maneira automática, e com os quais nos identificamos emocionalmente. É como se os pensamentos ficassem grudados em nossas mentes. Muitas vezes esses pensamentos são negativos, autocríticos e autodepreciativos, e nesses casos que estão mais relacionados à depressão e ansiedade.
É como se não tivesse uma separação entre nós e os pensamentos, e eles viram "verdades absolutas". Assim, não nos damos conta do tempo que passamos pensando neles, porque somos totalmente absorvidos pelos pensamentos.
A ruminação mental também pode acontecer a partir de um "pensamento consciente", por exemplo, quando decidimos pensar sobre a solução de algum problema que surgiu. Mas, em poucos segundos, a mente já começa a "ruminar" de maneira automática nas preocupações relacionadas ao problema, e acabamos perdendo um tempo importante e improdutivo nesse "remoer" mental.
A meditação, em especial as técnicas de mindfulness (atenção plena), permitem-nos "adestrar" o que as tradições contemplativas chamam de mente do "macaco louco", referindo-se à mente ruminativa que fica "pulando de galho em galho", movimentando-se de forma caótica e distraída "por aí".
No processo de meditação o que se pretende então é treinar (adestrar) a mente (o macaco louco) com a "corda" da atenção, que está unida a uma "estaca bem presa ao chão", imagem que usamos para representar o conceito de "ancoragem" das técnicas de meditação ou mindfulness (clique aqui e conheça o passo a passo como é uma técnica simples de mindfulness).
Uma das "âncoras" mais comuns nas técnicas é a própria respiração, a qual nos ajuda a "adestrar o macaco louco" diminuindo então a ruminação mental.
Os "macacos" (pensamentos) continuarão lá, mas ficarão "menos loucos" com o tempo e a regularidade da prática, e nossa mente ficará menos à deriva e menos tempo no "modo "ruminativo". O corpo (sensações corporais) e a respiração são chave nesse processo, pois estão sempre no "momento presente" (a mente ruminativa está , em geral, pensando no passado ou no futuro), e por essa razão são considerados as principais "âncoras" da prática meditativa ou de mindfulness.
Assim, a meditação, por meio das sensações corporais e da respiração, "reinicia" ou "reseta" a mente de tempos em tempos, permitindo que se saia dos ciclos ruminativos, melhorando nossa performance e qualidade de vida.
Vamos praticar?
REFERÊNCIA:
Demarzo & Garcia-Campayo. Manual Prático de Mindfulness: curiosidade e aceitação. Editora Palas Athena, 2015.
PARA SABER MAIS SOBRE MINDFULNESS
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação "Mindfulness" na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
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